Governança não é somente da TI

Governança Não É Somente da TI: É Uma Decisão Compartilhada de Negócio

Durante muito tempo, a governança de dados foi tratada como responsabilidade exclusiva da TI.

Mas os desafios que surgem quando se fala em integridade, confiabilidade e tomada de decisão mostram que nenhuma área sozinha consegue dar conta do problema.

Governança não é apenas um assunto técnico.

É uma questão de direção, critério e escolha, o que significa que começa no negócio, mas precisa da tecnologia como parceira.

Quando se delega totalmente a responsabilidade à TI, o tema perde força estratégica e vira apenas um projeto de sistema. Mas quando negócio e TI compartilham a governança, ela ganha o que realmente precisa para funcionar: propósito, método e sustentação.

O erro de origem

A confusão nasce quando a empresa acredita que governança é um tema operacional e não de gestão.

A TI entende de sistema, infraestrutura e segurança.
Mas quem entende de processo, compliance e impacto de decisão é o negócio.
Quando essas visões não se encontram, cada área age por conta própria, e o resultado é fragmentação.

A tecnologia executa, mas não deve decidir sozinha.
E o negócio decide, mas não pode ignorar o impacto técnico de suas escolhas.
Sem integração entre esses dois lados, a governança vira um jogo de empurra e a empresa fica refém de exceções e retrabalho.

Um processo mal desenhado não é falha técnica.
É decisão ruim digitalizada.
E a única forma de evitar isso é ter decisões de negócio sustentadas por tecnologia e critérios claros.

A governança por inércia

Quando o tema fica isolado na TI, o que se instala é a governança por inércia.
Cada área cria seu padrão, sua exceção, seu “jeitinho”.

O fiscal faz de um modo.
O compras ajusta outro.
O comercial “dá um jeito pra rodar o pedido.”
E a TI tenta conciliar tudo, sem base comum.

O resultado é uma estrutura cheia de redundâncias, dados inconsistentes e relatórios que ninguém confia.

O negócio perde tempo discutindo qual dado está certo, mas ninguém discute por que os dados são diferentes.

A tecnologia vira o centro das reclamações, quando o problema real é a falta de governança compartilhada.

Governança é direção, não execução

Governança é sobre como o negócio decide funcionar e como a TI garante que isso aconteça.

Cada lado tem seu papel, e o equilíbrio nasce justamente da cooperação.

A TI traduz diretrizes em processos, validações e integrações.
O negócio define o que precisa ser controlado, medido e aprovado.
Sem essa troca, um fala em eficiência enquanto o outro fala em estabilidade, e ninguém governa de fato.

Não existe dado confiável sem critério de negócio.
E não existe critério aplicável sem o apoio da tecnologia.

Comitês de governança: o ponto de encontro

Empresas que tratam a governança como esforço conjunto criam instâncias permanentes de alinhamento, como comitês de governança de dados.
Esses comitês reúnem TI e áreas de negócio para definir políticas, padrões e responsabilidades.

São eles que garantem que cada decisão sobre dados e processos esteja alinhada à estratégia da empresa, transformando governança em cultura e não em burocracia.

Quando isso acontece, a governança deixa de ser projeto e vira prática organizacional.

O preço da desconexão

Toda empresa tem governança, a diferença é se ela é intencional ou se acontece sozinha.
Quando o negócio e a TI não falam a mesma língua, cada área cria sua versão da verdade.
E o custo disso é invisível até deixar de ser.

Planilhas paralelas.
Processos que não conversam.
Dados que não batem.
Retrabalho que ninguém mensura.

No fim, ninguém está errado individualmente.
O erro está na falta de estrutura conjunta que mantenha as decisões coerentes e sustentáveis.

O espelho da maturidade

Governança não é sobre ERP, CRM ou planilha.
É sobre coerência organizacional.

Empresas maduras entendem que TI e negócio são lados da mesma decisão.
A tecnologia dá sustentação, o negócio dá direção.
E a governança acontece no ponto onde esses dois mundos se encontram.

O sistema, qualquer que seja ele, é só o espelho.
Ele mostra o que a empresa é, não o que ela gostaria de parecer.

Quem não governa em conjunto é governado pelo caos

Governança é poder.
E quando o negócio e a TI não dividem esse poder de forma estruturada, a empresa passa a ser governada pelas urgências.

O caos se instala com crachá de rotina: cada área decide por conta própria, cria atalhos e depois tenta justificar o desvio. A falta de critério coletivo vira parte da cultura.

Governar é decidir em conjunto.
E decidir é papel de todos que sustentam o negócio, da operação à tecnologia.

O ponto antes do colapso

Quando a decisão é de todos, mas sem direção, a responsabilidade é de ninguém.

E é assim que a governança se fragmenta:
cada área com seus critérios, cada cadastro com sua verdade, cada processo tentando conciliar mundos paralelos.

O resultado?
Uma operação que parece centralizada, mas vive em guerra civil.

No próximo artigo, a gente desce um nível e mostra o que acontece quando essa falta de alinhamento se espalha pelos cadastros e cria um caos centralizado travestido de rotina.

Porque o problema não começa nos dados.
Começa nas decisões ou na falta de decisões conjuntas.

Quer que a governança deixe de ser discurso e vire prática real?
Comece criando o espaço onde tecnologia e negócio decidam juntos.

A Akquinet ajuda empresas a estruturar essa governança compartilhada, transformando decisões isoladas em direção corporativa e resultados sustentáveis.

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