Crescimento é um tema recorrente nas discussões estratégicas. Já as consequências que ele traz nem sempre recebem a mesma atenção.
Em 2025, muitas empresas cresceram e descobriram, da pior forma, que crescer não significa necessariamente evoluir. Em alguns casos, significou apenas ampliar erros que já existiam.
Este ano deixou uma constatação difícil de ignorar: não existe crescimento sustentável sem governança de dados.
Quem fingiu que não viu, passou o ano apagando incêndios. Quem levou a sério, começou a enxergar algo raro: controle em meio ao caos.
Em 2026, essa diferença não vai ser sutil. Vai ser constrangedora.
Crescimento sem governança é só aceleração do erro
Toda empresa cresce sobre uma base que quase ninguém vê: dados mestres. Cadastros, estruturas, regras, critérios. É ali que as decisões se apoiam, mesmo quando ninguém admite.
Quando essa base é frágil, crescer não cria valor.
Cria ruído, retrabalho e ilusão de progresso.
Os sinais aparecem cedo:
- relatórios que nunca fecham igual;
- indicadores que mudam conforme a área;
- decisões importantes tomadas no “acho que”;
- gente boa gastando energia corrigindo erro que não deveria existir;
Funciona? Funciona.
Até parar de funcionar.
Exemplo clássico:
A empresa cresce 30 ou 40%, abre unidades, contrata, comemora.
Mas o fechamento mensal vira um parto. Cada nova filial traz exceções, planilhas paralelas, cadastros duplicados, regras próprias.
O faturamento sobe.
A eficiência despenca.
O crescimento vira o maior inimigo da operação.
Governança não é controle. É limite para o caos
Muita gente ainda acha que governança é sinônimo de burocracia. Normalmente quem diz isso nunca teve que escalar uma operação desorganizada.
Governança bem-feita não trava. Ela impede que cada área invente sua própria versão da realidade.
Ela define:
- quem responde pelo dado;
- o que pode variar e o que não pode;
- onde começa e termina cada responsabilidade.
Sem isso, o resultado é previsível:
o ERP vira um espelho quebrado da organização. Cada área enxerga o que lhe convém. Ninguém enxerga o todo.
E escalar nesse cenário é pedir para o sistema quebrar primeiro que o mercado.
Sistemas não resolvem desorganização. Eles a expõe
Aqui vale um aviso direto:
sistema nenhum vai salvar uma empresa desorganizada.
Sistemas de gestão executam processos com base nos dados que recebem. Só isso. Se o dado é ruim, o resultado também será. Mais rápido. Em escala.
Muita empresa só percebe isso depois de investir pesado em ERP, automação e analytics. A promessa era eficiência. O resultado foi frustração.
Não foi azar.
Foi falta de governança.
Cadastros soltos, critérios conflitantes, ninguém responsável de verdade pelo dado. Nesse cenário, tecnologia não ajuda. Amplifica o problema.
Sistemas de gestão não resolvem desorganização. Eles a expõem.
Quem governa dados decide mais rápido, e sofre menos
Empresas com dados governados não são só mais organizadas. Elas cansam menos.
Decidem sem discutir se o número está certo.
Planejam sem refazer análise toda semana.
Crescem sem pagar juros invisíveis em retrabalho.
Governança reduz o custo de crescer. Porque impede que cada passo adiante traga três passos de correção depois.
Num mercado instável, essa diferença separa quem reage de quem antecipa.
2026 não vai perdoar improviso
O próximo ciclo não será gentil com quem ainda opera no modo gambiarra. Mais integração, mais pressão por eficiência, mais exigência por rastreabilidade e menos tolerância a erro.
Quem trata dados como subproduto da operação vai sofrer.
Quem trata dados como ativo estratégico vai escolher onde quer chegar.
Governança não é projeto. É maturidade.
Governança é decisão de negócio, com responsabilidade compartilhada
Um último ponto, para acabar com a desculpa clássica.
Governança de dados não é só da TI.
Mas também não existe sem ela.
Ela nasce na liderança do negócio e se sustenta na parceria com tecnologia. Quando vira “assunto da TI”, perde força estratégica e vira projeto técnico. Quando negócio e tecnologia dividem a responsabilidade, ela ganha direção, critério e continuidade.
TI sustenta.
As áreas decidem.
A liderança responde.
Qualquer outra combinação costuma dar errado.
Conclusão
Crescer todo mundo quer.
Crescer com direção é escolha.
Em 2026 e além, quem governa seus dados governa seu crescimento. O resto vai continuar acelerando no escuro, torcendo para que o sistema aguente mais um ano.
E torcer, você já sabe, nunca foi estratégia.
A Akquinet trabalha com empresas que decidiram parar de improvisar crescimento e começar a governá-lo.
A pergunta é simples e incômoda:
sua empresa está crescendo com direção ou só empilhando complexidade?